A cidade dos macacos.
Por que macacos? Esta cheia de arvores.
- E cada um procura pelo seu galho.
- Não consigo entender por que ela me deixou.
- Foi um final legal para o documentário. Já foi num zoológico?
- Já sim.
- Cinco anos... Cinco anos!
- Adoro os macacos.
- Eles são engraçados.
- E quando eu chego em casa... Lá esta ela com o... O...
- Já viu macacos fazendo amor?
- Com o carteiro!
- Os do zoológico dessa cidade são uns danadinhos, em?
Tirou o resto de comida que se escondia entre um dente e outro com um palito.
Cuspiu no chão.
Um cuspe cheio de lamentações e arrependimentos.
- Eu devia ter escutando mamãe...
Deu uma baforada do cigarro.
- Isso ta te matando aos poucos...
- Não to com pressa.
- Ei, pare de chorar cara.
- Isso ai. Mulheres são assim, você sabe. E você já a matou, não foi? Ta tudo bem então.
- Vou matar o carteiro.
A vista para o mar durante a noite, lua cheia, cheiro de esgoto e cigarro. O som de um e outro carro modificado deslizando em sua própria adrenalina. Jovens.
Macacos.
- Você tem esse direito.
- Isso.
- Vou matar o carteiro aos poucos. Quem nem o cigarro.
- Isso.
- To começando a ficar chateado com essa implicância de vocês com o meu cigarro.
- Primeiro vamos lá em casa.
- Fazer o que?
- Vou matar o maldito carteiro...
Algumas ondas morrem e outras nascem.
O cigarro acabou.
O cuspe deslizou.
O carro bateu.
- Ver o documentário pô! Cês tem que vê os macacos...
Tudo bem...
Arvores nas proximidades.
Os macacos pularam do carro em segurança para seus galhos.
(Samuel Góis Martins) 27/11/04
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Saturday, November 27, 2004
Friday, November 12, 2004
Violência banal
Estou morrendo.
- Você esta me matando.
Os cabelos cheios de cachos, dourados, com uma cor vermelha só lembrada em pesadelos. Retirou a faca.
Lento e harmoniosamente.
- Estou.
- Por que?
- Por que?
Enfiou o dedo dentro do buraco produzido.
Procurando por suas vísceras.
Dor.
- Por favor.
- Por favor? Esse é o seu fígado? Ola?
Morri.
Mas deixo claro que não era o meu fígado.
(Samuel Góis Martins) 12/11/04
- Você esta me matando.
Os cabelos cheios de cachos, dourados, com uma cor vermelha só lembrada em pesadelos. Retirou a faca.
Lento e harmoniosamente.
- Estou.
- Por que?
- Por que?
Enfiou o dedo dentro do buraco produzido.
Procurando por suas vísceras.
Dor.
- Por favor.
- Por favor? Esse é o seu fígado? Ola?
Morri.
Mas deixo claro que não era o meu fígado.
(Samuel Góis Martins) 12/11/04
Thursday, November 11, 2004
Crianças e estrelas
- Você veio mesmo...
- Duvidou é?
- ...
O jovem de cabelos prateados enfiou as mãos nos bolsos. Procurando por alguma coisa sem grande importância.
Ou escondendo inquietação.
O outro garoto, mais novo, mais inteligente, segurava uma peneira, daquelas de mineradores.
Era uma noite incomum essa.
- Eu nunca minto. Nunca. Ate trouxe a peneira.
- É... To vendo...
Algumas estrelas iriam deixar de habitar o céu.
(Samuel Gois Martins)
- Duvidou é?
- ...
O jovem de cabelos prateados enfiou as mãos nos bolsos. Procurando por alguma coisa sem grande importância.
Ou escondendo inquietação.
O outro garoto, mais novo, mais inteligente, segurava uma peneira, daquelas de mineradores.
Era uma noite incomum essa.
- Eu nunca minto. Nunca. Ate trouxe a peneira.
- É... To vendo...
Algumas estrelas iriam deixar de habitar o céu.
(Samuel Gois Martins)
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