10¢

“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Monday, December 21, 2009

My Way

Curiosamente minutos antes de ir apresentar minha monografia, ainda no carro começou a tocar ‘My Way’ de Frank Sinatra. Acredito que minha vida tenha uma tendência para trilhas sonoras bem engraçada e não foi diferente dessa vez. A música traduzida começa com algo assim:

“E agora o fim está próximo
Então eu encaro o desafio final
Meu amigo, Eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza”

E não foi só a versão do Frank que tocou, logo em seguida teve Gipsy Kings cantando a versão em espanhol ‘A mi manera’... Curioso não é mesmo? De qualquer forma ajudou a me tranqüilizar bastante, e quando o fim estava próximo, encarei o desafio final, falei claro e expus meu caso do qual tinha certeza, afinal de contas foram seis meses de pesquisa. Provavelmente não estou interpretando a letra do Sinatra como deveria, mas sei que ela fala sobre a vida, e segui-la em frente. Essa etapa acabou junto com o ano de 2009 e algo completamente novo deve acontecer nesses próximos meses, e só vai depender de mim. E tudo devera ser feito do meu jeito.

Monday, October 26, 2009

Faz 10 anos que eu tive 14 anos. E isso me assusta tanto. Faz 10 anos que tive meu primeiro amor, que ganhei um toca CDs, e pensei que era alguma coisa. Agora dígito num ipod enquanto escuto radiohead. Que ha dez anos achava uma merda. O que mais era uma merda que escuto por aí? O que será que agora é uma merda? O bem10 é o herói do momento, meu pai não dorme mais ao lado da minha mãe, meu avô morreu, e vou me formar a qualquer momento. Estou morrendo de medo, me cagando todo.

Monday, October 05, 2009

80

Saiu correndo. Usava uma blusa vermelha, calça apertada e se sentia na década de 80. Seus fios de cabelo esvoaçavam enquanto lasers passavam de raspão desenhando linhas quentes nas paredes de metal. Um homem horrível, careca de longos bigodes está sentado sobre seu trono, assistindo a cena. Ele gesticula com os dedos, analisando com muita calma tudo, com suas marcantes sobrancelhas ele pressiona os olhos o Maximo que pode. Uma porta se abre e o jovem de cabelos grandes, loiros e roupas dos anos 80 se depara com o homem sobre sue trono. Ele saca uma arma laser de seu bolso e aponta para ele, mas antes que pudesse apertar no gatilho um zumbido nauseante explode em sua cabeça. O homem se levanta de seu trono, sorrindo maldosamente para o jovem. A claridade revela uma pele um tanto esverdeada. Seu manto se arrasta pelo chão, e de dentro dele é retirada uma espada. O zumbido continua cada vez pior, e o jovem cai de joelhos forçando o quanto pode para abrir os olhos. A tela azulada indica seis horas, e já tem sol pela janela. Ele sai debaixo das cobertas, e enquanto tira seu pijama passa a mão sobre o rosto. Desliga o alarme do relógio e vai até o banheiro onde defeca e se arruma para o trabalho. Tira da geladeira uma caixa de suco que vai tomando enquanto pedala até a loja que trabalho. A loja é de quadrinhos, e já tem alguns gorduchos fazendo fila. Hoje chega a revista nova do capitão 80, dizem que ele vai morrer. Gira a tranca, acende a luz, vai pra detrás do balcão. Os gorduchos ficam olhando para ele, parece até que estão babando. O relógio marca quase oito horas e a qualquer momento chega o distribuidor de revistas. O calendário marca 1998, dia 25 de setembro. Geralmente no final é quanto esta perto do final do ano que as editoras lançam suas crises, matam seus heróis para depois ressuscitá-los próximo do feriado de meio de ano. Ela chega logo depois, esguia com olhos verdes e óculos fundo de garrafa. Veste uma camiseta do Pink Floyd do dark side of de moon. Passa a mão no pó sobre as revistas com ar de reprovação. Os gorduchos parecem babar mais quando ela chega, com seus tênis pintados com marca texto e cadarços amarrados de forma engraçada. Entra atrás do balcão, diz bom dia para os gorduchos sorrindo de um jeito que só a mãe deles deve sorrir quando os vê. É a musa dos nerds. Ele rabisca um desenho de um cara com cabelos grandes, camiseta vermelha e calças colantes. Ela olha por trás e
diz que parece coisa da década de 80 e que as revistas estão precisando de um espanador. Ele diz que precisa de vida sexual e se tornar um famoso roqueiro da década de 80. Ela diz que a maioria era gay e que o espanador está entre os quadrinhos japoneses. Saio do balcão e vou fuçar entre os quadrinhos japoneses a porcaria do espanador. O celular começa a toca, e parece explodir de dentro da cabeça o zumbido. Ela esta amarrada em correntes com uma serra prestes a parti-la no meio. Ele se arrasta no chão sentindo a dor percorrer todo o seu corpo. Tateia cego no chão procurando por sua arma. O homem careca gargalha alto, falando que nunca poderei detê-lo de dominar o universo. Nesse mesmo momento ele acha o laser e dispara certeiro no ombro do vilão. Corre até a garota e desliga a maquina que controlava a serra. Dá tiros certeiros nas correntes e a pega entre os braços. O vilão se arrasta soltando pragas e maldiçoes. Quando consegue se levantar grita por seus guardas que aparecem como que em mágica disparando lasers por todos os lados. Com ela entre seus braços corre em direção do próximo corredor. Estão quase lá, uma nave espacial que permitira que fugissem do lado escuro da lua. Ela me manda parar de olhar para os peitos dela. Pergunto onde ela comprou aquela camiseta. Ela diz que eu nunca gostei de Pink Floyd. Eu digo que eles ficam bem nos peitos dela. Ela solta pragas e maldições. Os gorduchos soltam risadinhas. Por hoje eu já a salvei.

Thursday, July 02, 2009

Bebê fujão

Desgosto é pouco. Sai fazendo um rio de cuspe e vomito. Quando não restava mais nada, fui picotando meus órgãos internos e fazendo um caminho para não me perder na trilha da sanidade. As conseqüências são obvias: fiquei oco na compulsão de espalhar partes de mim por ai. Era só a fina camada de pele que sobrou cambaleando sem ossos arremessando o próprio corpo para frente, e as vezes, sendo levado pelo vento para outros lugares. Foi voando que foi parar em uma arvore onde se agarrou fincando e rasgando a pele que envolvia as mãos entre os galhos. Um couro de animal pendurado tremulando com o vento. Fiquei dias assim, até que uma mulher muito gorda apareceu. “Nossa como ela é gorda”, falou a arvore em que me encontrava. A mulher olhou para a arvore e falou “Eu era linda, mas não resisti. Segui uma trilha nojenta movida pelo desejo de beber e comer tudo que via pela frente, era vomito, sangue, órgãos e ossos. Comi tudo e cheguei aqui, o que é este couro pendurado em você?”. Então a arvore falou “Me falou que era um homem, mas tenho minhas duvidas”. A gorda então lambeu os beiços e começou a puxar minha pele sem piedade pondo em sua boca e mastigando sem parar. Me encontrei com meus pedaços dentro dela, fui me montando aos poucos enquanto ela limpava os lábios com a própria saia. Fiquei em sua enorme barriga, como um feto esperando a melhor oportunidade para fugir por sua vagina. Como um bebê fujão.

Wednesday, July 01, 2009

hoje foi hoje

Hoje foi ontem. Pisco e a barba já cresceu. Coço e sinto que já está grande. O cabelo também, tampando minha visão. O telefone toca e é Mariana. Atendo e já foi Joana. Quando desligo o celular acabei o namoro com Fátima. Vou até a cozinha mas parece que ela sempre muda de lugar. Parece que subo em um elevador, a casa vai se transformando em edifício. Na mesa da sala os boletins dos garotos, não, os diplomas, não, o convite de casamento de um deles, não, o boletim dos garotos dos garotos. A roupa vai ficando apertada, depois vai ficando magro, vou ficando maior e depois menor. Já não dou passos tão firmes, acho minha bengala encostada no video cassete, no DVD. Estou muito cansado, volto para meu quarto. A cama que era se solteiro já é de casal, e deito muito cansado numa cama de hospital. Eu me lembro de Mariana, chamo por Joana, pergunto por Fátima. A mulher na minha frente está chorando e diz "É a Claudia que está aqui". Atrás dela nossos garotos. E os garotos dos garotos. Tento lembrar do nome de todos. Mas não consigo. Não consigo mais nada. O amanhã é hoje.

Sunday, November 23, 2008

por do sol

Assobia maldito. Assobia. Ele com aquela cara de imbecil que fez sexo anal com a namorada virgem fazendo gracinha no meio da rua. Ele tem um chapéu de cowboy e consegue assobiar ao mesmo tempo em que fuma seu cigarrinho de artista. Um vaqueiro maconheiro filhinho de papai que adora cuzinho. A rua é daquelas desertas, cheia de poeira. Estamos perto do por do sol, e logo o sino da igreja vai tocar. Ponho a mão entre as bolas para despregar os pentelhos do elástico da cueca, aproveito e ajeito o pau meio duro e meio mole pro canto para não chamar atenção. Vou saindo do bar para que o filho da puta possa me ver. E ele vê. Arruma o chapéu, da uma ultima tragada vai pro meio da rua. Começo a assobiar, acompanhando o dele. Sorrimos cinicamente um para o outro. O sino toca. Abrimos os zíperes de nossas calças, botamos o pau pra fora e começamos a bater uma. Foi uma dura batalha, mas ele gozou primeiro, provando que era um viadinho de merda precoce. Foi enquanto ele gozava que saquei minha arma e atirei e um de seus testículos. O grito dele podia ser escutado da lua. Agora ele esta ajoelhado na minha frente com um dos testículos estourado no chão e o outro arriscando cair pelo buraco do saco. Botei meu pau pra dentro da calça e fui até ele. Assobiando é claro. O desgraçado chorava feio e já estava completamente deitado sobre uma enorme poça de urina e sangue. Ele implorou para que o matasse de vez. Fiz que não escutei, passei direto por ele, subi em meu cavalo e cavalguei em direção do por do sol.

Wednesday, November 12, 2008

luciana

Luciana escutou o conselho. Calcinha deixa marca no vestido. A vagina de Luciana estava em todos os blogs e sites conhecidos possíveis. Estava em spans e nos e-mails de seus pais. Luciana viajou para o exterior, recomeçar do zero – dessa vez com calcinha. Luciana está morando em Londres e trabalha como vendedora de roupas de baixo. Lutaria para que ninguém tivesse a vagina em sites de internet blogs maliciosos. Tornou-se a melhor vendedora de calcinhas de Londres. Salvou a vida de varias estrelas dos terríveis paparazzos ingleses. Fizeram um filme sobre Luciana. Na festa de abertura, um vestido lindo – mas terrivelmente criticado pela marca da calcinha. O canal E! destruiu a reputação de Luciana com isso. Mas Luciana já estava viciada em fama, e faria de tudo para aparecer novamente na mídia. Começou a andar sem calcinha – e fazendo o possível e impossível para revelar sua vagina para o grande público. Era tarde, vagina estava fora de moda.

plout.plout.

Vai gotejando, fazendo ruído, plout, plout. Não importa quanta força use para fechar a torneira. Alguns segundinhos e plout, plout. Plout. Parece que goteja dentro do seu ouvido, saindo de sua cabeça para fora – o cérebro escorrendo, gotejando, plout, plout, e se vão os neurônios pela noite mal dormida. E se vão às lembranças. E se vão às idéias. Plout, plout. Os dedos dos pés começam a se mexer inquietos, dançando, pensando que plout é musica – e poesia. A torneira é um artista. Plout, plout. A cabeça afunda o travesseiro, e parece que não tem como respirar, enxergar, escutar. Mas o plout vem do fundo de sua cabeça, é o cérebro escorrendo, já falei. A paciência escorre junto. Vai se levantando, anda meio tonto até a torneira, nada de plout, plout. Não cai uma gotinha. O sono é grande para se conseguir pensar, ou escorreram os pensamentos no caminho até a torneira. Senta na privada, passa a mão sobre a cabeça - que parece mais leve. Coça a orelha encharcada, escorrendo algum tipo de pus. Fica lá parado. Deixa escorrer. Deixa fazer plout, plout. Transforma-se na torneira. Espera alguém irritado fechar com força. Até lá faz musica, e poesia também. Faz-se de artista e espera que fechem com força. Dando fim a tudo, a musica e a poesia. Plout.