“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Friday, September 30, 2005

A Rainha Espacial

A Rainha espacial Durval correu até sua sala e gritou:
- Não se aproximem! Usarei a maquina dimensional para trocar os quartos e cometerei suicídio com uma ogiva nuclear!
Eu e meu companheiro de batalha nos retemos por alguns segundos. Alguns segundos para pegar fôlego e derrubar a porta.
Mas já era tarde. Apenas retalhos da outra versão dimensional da sala.
- Logo os reforços irão chegar – suspirou o fiel parceiro.
Acordando sufocado. Faço força e o catarro sai de minha narina esquerda. Viro meu corpo tentando desprender-me dos lençóis. Cuspo catarro. Um pouco de sangue sai junto. Apenas uma irritação – espero eu.
Cambaleando ate a cozinha pensando porque a maioria das minhas historias começam com um sujeito acordando. Bebo um copo de água gelado para piorar minha garganta. Cuspo mais catarro no chão. Olho pra janela.
- Bom dia... – Apreciando o catarro - Pesando bem foi o sonho mais ficção cientifica anos 70 que já tive na vida. Eu gostaria de ter uma maquina dimensional.
Volto à geladeira em busca do resto de pudim. Mas já comeram tudo.
- E talvez uma bomba nuclear.
Esperei o catarro responder alguma coisa por alguns minutos e fui ao banheiro tomar banho. Existia algo de muito triste na morte da rainha espacial.

30/09/2005

Wednesday, September 21, 2005

Perdido

Se você perde algo. Pode ter certeza que eu não sei onde está. Se você me perguntar. Contarei uma mentira a respeito de uma outra dimensão onde vivem felizes as coisas perdidas. Como nós. Acho que também estamos perdidos. Alguém nos procura em algum lugar. Em outra dimensão. Iria falar também que li isso em algum livro de física empoeirado e antigo, escondido nos recantos de uma biblioteca perdida há muitos anos atrás em um incêndio misterioso. Diria também que o incêndio foi provocado por extraterrestres que querem cuidar com que tudo continue bem perdido em seu devido lugar errado. Morrem de medo só de imaginar cada coisa no seu devido lugar. Com o seu devido dono. Eu também tenho medo. Pois adoraria escutar de alguém “estou perdido por você”. É uma coisa meio melosa de se falar. Mas é assim mesmo que as coisas costumam ser. E se perder.

21/09/05

Tuesday, September 20, 2005

Meio Incoerente

Foi meio que uma consolação isso que ela falou. Fiquei meio que indignado. Meio que triste. Meio. Inteiro não dava. Não sem ela.
Amassei a carta e joguei na primeira lata de lixo que encontrei na rua. O melhor mesmo é mandar se foder. Isso mesmo. Possível viver pela metade. Posso amar pela metade. Posso mentir pela metade. Posso odiar pela metade. Tudo em partes. Incompletas. Sem sentido algum. Posso fazer assim. Faço há 15 anos assim. Agüento o resto de minha vida.
Parado ai. Segurando um revolver. Revolver de verdade. Repito para mim. Pergunto.
É de verdade?
Tu é otário ou o quê? Passa a grana maluco!
O resto da minha vida.
Passo um caralho. Atira bem no peito se tu é homem!
Tu é doido é?!
- Você só tem meia chance de me acerar. E eu só tenho meia chance de morrer. Poder vir. Se eu tiver de morrer, que seja pela metade!
Na lata de lixo a carta tinha escrito guardarei um pouco de amor para você.

(Samuel Gois Martins) 20/09/2005

Wednesday, September 14, 2005

#$%

Vamos fazer gostoso. Um... Não, dois extraterrestres em meio a uma guerra intergaláctica chegam à conclusão que suas vidas estão por um fio. Não. Fio é uma coisa terráquea. Temos que inventar outra palavra. O que soa como um fio? Acho que nem letras humanas seriam usadas. Então vai ser #$% por questão de simbologia. A vida dos dois estava por um #$%:
- Sabe...
- Que horror! Centenas de espaçonaves destruídas! Corpos vagando como pequenos pedaços de carnificina tirando toda a beleza do solitário universo!
- Eu amo você.
- Hã?
- Sei que não é uma boa ocasião. Mas eu amo você.
- Não é uma boa ocasião? Estamos perdendo uma guerra! Estamos por um #$%! Milhares de gerações futuras dependiam da vitória!
- Não precisa ficar lembrando toda hora!
- E precisa?! Olhe só ao seu redor! O chão está coberto de fluido vital!
- Até que é bonitinho... Sabe... Cria um clima, tipo assim. Te amo gatinho.
- O que é gatinho?
- Coisa de terráqueo.
- Há.
- Deixa eu pegar no seu #$%.
- Que coisa obsena de se falar!
- Talvez posso ser a nossa ultima canse! Deixa-me pegar no seu #$%. Pega no meu #$%! Façamos! Vamos amar!
- Tudo bem. Mas quero que saiba que não sou Gay. É uma questão de desespero.
- Deixa disso que eu sei que você é. Uie, como o seu #$% ta tenso...
O universo como é lindo. Uma caixa de possibilidades enormes. Mas fio terra é fio terra em todo canto. Agora aquele bebê gigante de 2001...

(Samuel Gois Martins) 14/09/05

Sunday, September 04, 2005

Palavras em conspiração

O som da grafite barato trepando com o papel me doía nos ouvidos. Talvez fosse inveja por não trepar ainda. Pelo menos o produto era uma gozada só minha. Os contornos pouco estéticos de minhas letras delineando caminho para lugar algum. Lugar nenhum. Qualquer lugar. A letras chegam a sair do papel, manchar a minha escrivaninha verde, manchar o tempo, o espaço, a luz, e fugir por debaixo da porta. Fiquei só sentado, acompanhando, curioso para saber até onde iriam aquelas palavras. Rezando para que não fossem perigosas.
- Que horror!
Mas, como bem aprendemos na vida, rezar nunca foi a mais pratica e solúvel das opções em momentos como esse. O grito parte da cozinha, provavelmente minha mãe. Ou a garota com quem eu gostaria e ter relacionamentos carnais. E ate sentimentais. Mas ai já não seria real. Seria um fruto da imaginação. Algo que ainda vai se torna palavra. Das perigosas também, acredito-me.
Solto o lápis, pulo da escrivaninha, vôo pelo corredor tirando a camisa e revelando para fora o meu emblema de camisa barata do super-homem. Definitivamente se ele existisse seria um trabalho para o carinha. Também seria super legal se eu voasse de verdade. E se a menina gritando quisesse dar pra mim. Mas sequer tem uma menina na cozinha. Foi um engano metafórico de minha imaginação narrativa. As palavras conversam com as batatas. Tramam contra mim. Pobre de mim. Criado e comedor. Frustrada criatura de pouca sabedoria. As coisas não acabariam bem.
- Odeio batata frita – rosnou o critico e frio irmão mais novo. – E essas estão horríveis!
Pretas, com cheiro esquisito. É a grafite. É o meu gozo. Não tinha como sair gostosa. E ele nem gosta de batata frita.

(Samuel Gois Martins) 4/09/05

Friday, September 02, 2005

De quatro casos reais de qualquer parte do mundo

Caso 1 – Mete que eu enfio.
A garota se sentia traída. Afinal de contas seu amante decidiu de uma hora pra outra virar bi. E ela não se sentiria bem levando uma sabendo de alguém que leva também. Claro que existe a chance dele ser passivo. Mas se o namorado dela fica sabendo? Pode até imaginar o veado do namorando querendo comer o amante dela também. Tinha que descobrir se o cara metia ou levava. Era uma questão de honra. Honra anal. Isso mesmo.
Caso 2 – Religião exótica
A garota se sentia traída. Afinal de contas seu amante decidiu de uma hora para a outra aderir a aulas se sexo tantrico. Seja lá o que for isso deve ser bom e só ele tava provando. Insensível egoísta.
Caso 3 – Consciência política
A garota se sentia traída por que o namorado preferia fumar maconha. Ela insistia que uma picada era tudo de bom. Mas aquele merdinha naturalista só que saber fala sobre como os capitalistas estão prejudicando a natureza e que Marx sabia trepar bem.
Caso 4 – Doença pega
A garota se sentia traída por que seu namorado ficou com sua melhor amiga. Logo sua melhor amiga. Aquela que tem gonorréia. Nesse exato momento a garota esta sentada, puta da vida, cheia de vergonha, na fila do ginecologista. E se o pai dela fica sabendo? Pobre coitado que sofre do coração. Uma filha de 14 anos que já abortou duas vezes e agora tem gonorréia!

(Samuel Gois Martins) 02/09/05