“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Thursday, March 27, 2008

papelada

Uma colega de trabalho meche com muitos papeis, papeis por todo lado, cheios de gráficos, números, e tudo que possa piorar o conceito de ‘papelada’. Pois bem, uma vez estava eu chegando mais cedo que o habitual no trabalho – e antes de abrir a porta escutei um ruído estranho. Aproximei o ouvido da porta e identifiquei como que um choro, ou um gemido, talvez. Abri lentamente a porta, e para minha surpresa estava a minha colega de trabalho, atualizando dados de gráficos em meio a papeis e mais papeis. Parecia normal – tirando o fato de que não imaginava que pessoas chegassem mais cedo que eu no trabalho. Preferi não fazer perguntas. Fui até minha mesa e comecei a trabalhar. Os outros dias correram normalmente, e não cheguei mais tão cedo no trabalho por um bom tempo. Mas, cedo ou tarde, acabaria chegando mais cedo novamente. E novamente, me vi diante da porta, escutando os ruídos misteriosos. Dessa vez não abriria a porta lentamente. Seria rápido e violento, com um chute na porta, pá! A visão foi singular. Minha colega de trabalho arreganhada, sentada na cadeira, com as pernas sobre a mesa, enfiando um enorme... Rolo de papeis de gráficos em sua vagina. O mais engraçado é que ela nem me notou – pois estava tendo um bombástico orgasmo – como eu poderia definir. Mas não demorou muito para me ver, e antes de gritar conter-se para pensar no que dizer. “Não é o que você está pensando”, ela falou. “Não estou pensando em nada, não quero pensar em nada”, respondi. “Eu posso explicar...”, falou arreganhando novamente as pernas, agora em minha direção.

Wednesday, March 26, 2008

Garth Ennis

- Acredito em um Deus do primeiro testamento. Cruel, que destrói cidades inteiras, e manda seus profetas matarem seus próprios filhos só para posar de fodão no final. Que cria bárbaros cabeludos super fortes para serem lideres do que daria inicio a maior fé ocidental de nossos tempos. Eu tenho medo desse Deus, um temor angustiante que aumenta a cada palavra que escrevo. Esse é o Deus fodão que vai chutar as sete bundas de Lúcifer no dia do juízo final.

Todos aplaudiram, chorando emocionados com o sermão do novo profeta de nossa geração. Jequi nasceu de família simples, e desde cedo nas ruas demonstrava suas habilidades milagrosas. Uma vez ele transformou todo o sangue de um traficante em vinho e conseguia ter relações sexuais com virgens mantendo-as virgens. Ele poderia ser um super-herói, mas encontrou Jesus primeiro – pessoalmente, é claro. Os dois estavam em um bar, e arrumaram uma briga por causa de um jogo de cinuca com uns grandalhões. Jesus fez com que saísse peixes por todos os orifícios dos caras.

Tuesday, March 25, 2008

comedora de papel

Não estou feliz com essa merda toda. E seria mais um dia indo trabalhar, pegando ônibus, subindo a ladeira do centro e agüentando meus colegas de trabalho discutindo futilidades. Fiquei puto de vez. Dormir até as nove horas, não, dez horas. O celular não parava de tocar. E já estava lotado de diversas ligações não atendidas, de familiares, chefes e namorada. Peguei o celular, enfiei na privada e dei descarga. Em seguida tomei um banho longo, com direito a bolhinhas de sabão por todo o apartamento. Enxuguei-me e fui até a cozinha, onde botei yogurt com vodika para a cachorra tomar. Sai peladão mesmo por ai, todos me olhavam horrorizados – gordo e peludo. Eu acenava para eles e dizia “Sim, é pequeno mesmo.” A policia quase me pegou, mas fui mais rápido e invadi um ônibus. Todos saíram assustados, e ameaçando urinar no motorista o obriguei a dirigir até o meu trabalho. Eu deveria bater o cartão logo na entrada da empresa, mas não tinha bolsos e não deu para levá-lo. Os seguranças me reconheceram e antes de cumprimentar, como sempre cumprimentavam, deram conta que eu estava sem roupas. Primeiro ficaram preocupadas, perguntando o que houve, se fui assaltado. Pegaram uma toalha e me cobriram, entrei na empresa e fui até a sala de meu chefe. Ele olhou assustado e pasmo com a cena. Comecei a me masturbar sobre a maldita impressora que sempre comia papel. Graças a meu orgasmo precoce consegui fugir antes dos seguranças me alcançarem. Aquela maldita impressora merecia.

Thursday, March 13, 2008

a culpa é do marketing

Os fumantes que me perdoem. Deixar o cigarro é mais fácil que perder peso. Sinto isso na pele todos os dias, a cada momento. Trabalho com marketing, e esse ramo é nojento quando se trata da criação de campanhas promocionais para guloseimas. No meu caso tive de elaborar para uma empresa de chocolate. Eu amo chocolate. Passar doze horas do seu dia, durante uma semana e pouco pensando em chocolate com certeza foi um martírio digno da ultima tentação de Jesus Cristo. Ou pior. Jesus é filho de Deus, eu sou apenas obeso. Ontem mesmo – foi horroroso – estava em um supermercado e o bendito chocolate estava em uma promoção – a minha promoção – e espalhado por todos os setores daquele flagelo chamado ponto de venda. Não teve outra, cai em minha própria armadilha comercial. Foram vinte reais de chocolate no total. O que para o preço daquele chocolate já representava níveis inumanos de gordura em meu sangue. Voltava dirigindo, nervoso, o saco cheio do desgraçado chocolate estava no banco do lado, pra lá e pra cá. O saco foi mal amarrado, em uma curva brusca espalhou todos os chocolates pelo carro, um deles debaixo do pedal de freio. Não consegui frear, o carro foi direto e bateu em cheio no da frente. Ninguém se acidentou. Mas a motorista da frente demonstrava-se bem pura, e veio a passos largos e firmes até mim. “E agora?”, ela reclamou. Nem pensei duas vezes.“Chocolate?”, perguntei.

Tuesday, March 11, 2008

Ausaimer

Havia uma senhora muito simpática, não lembro bem seu nome. Uma pessoa simples e batalhadora. Sustentava a si mesma e o esposo que se encontrava no triste estado do ausaimer. Mas era engraçado como ela sempre estava alegre, sentada ao lado de seu esposo inerte que apenas respirava, babava e enchia sua frauda geriátrica. Uma vez perguntei como ela estava, se a situação do esposo a incomodava muito. “Não mesmo, meu jovem. O garanhão não está broxa ainda”, Ela respondeu dando uns tapinhas sacanas na perna do velhinho.