“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Wednesday, April 25, 2007

minotauro

Tem livros empilhados.
Até o teto, parecem pilares que o sustentam. O quarto é pequeno, mas os pilares criam caminhos mofados e escuros que fazem com que me perca facilmente. Tudo é tão colorido, com capas vermelhas, verdes, azuis, desenhadas, de couro, papel. Com marca textos enfiados, de pontas tão afiadas que meu corpo está cheio de cortes. Os cortes pingam sangue, e já faz tantos litros pingados desde que comecei a empilhar que o chão é todo vermelho. O cheiro é acre, misturando sangue coagulado, poeira, livro novo, suor, fezes e urina. Perdido entre os corredores de livros não é possível achar um banheiro. Ele ainda nem começou a ler direito o primeiro. Mas seu vicio o trancafiou assim. Num cenário tão assustador quanto um pesadelo cinematograficamente cafona. “É tudo culpa da vida acadêmica”, ele comenta para os visitantes perdidos em algum lugar nesses corredores e pilastras. Ele é como o Minotauro: preso e guardião.

Tuesday, April 24, 2007

amor

Sua namorada uma vez deu uma idéia:
- Por que não usa a cachorra que te dei?
Ela era uma menina normal, ele nunca imaginou uma coisa como essas.
- Que coisa nojenta! Isso é doentio, amor!
- Se você por uma camisinha e fechar os olhos, aposto que nunca iria notar a diferença.
O assunto era sexo oral e as maneiras que ela inventava para ele sempre pensar nela. Era uma menina adorável, mas com algumas idéias bastante estranhas. Foi trágico o dia que ela morreu, atropelada por um carro de som. Ele ficou tão deprimido, triste, desesperado. Era seu grande amor. Sua fonte de sexo fixo. Louco de tanta tristeza, não foi surpresa o que ele pensou quando sua cachorrinha veio consola-lo. Tateou uma camisinha na carteira e o fez.