Arrastei o corpo para dentro da floresta. Lá não era seguro. Mas nenhum lugar era. Pelo menos na floresta.
- Gostaria muito de morrer olhando para arvores.
- Mamãe! Não fale dessas coisas!
- Qual o problema, meu amor? Não é errado falar dos últimos desejos da morte.
- Você tem 35 anos! É bonita e vigorosa!
- Não é errado falar da morte.
À noite aproxima.
O frio cresce.
- Não se esqueça de duas cobertas!
- Mas não ta tão frio!
- Nem tão escuro. Mas logo vai estar.
- Agüente firme mamãe! Você não pode morrer!
- Obrigado pelas arvores...
- Não fale besteiras!
Era só uma amiga hora bolas.
- Não me venha com essa. Eu vi como você olha para o nada com cara de peixe morto quando fala o nome dela!
Sempre odiei quando você tem razão.
Você sabe disso, às vezes ate se fazia de errada para não me desapontar.
Entraram na floresta.
O barulho.
Luzes.
Escuto-os correndo. Ela fechou seus olhos e deixa um belo sorriso para a eternidade. Será que vamos nos ver logo? Acho que você não ia querer. Certo?
- Corra para não perder a hora na escola!
- Ok!
Eu vou correr.
Bem rápido.
Prometo.
(Samuel Gois Martins) 18/02/2004
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Friday, February 18, 2005
Tuesday, February 15, 2005
A mesma decadência de sempre
Foi de noite, como sempre.
Um pouco de dor de cabeça.
Como sempre.
- Tudo bem?
- Na medida do possível. Como esta o garoto?
- Melhorou em muita coisa não.
Eu deveria estar terminado de ler alguma coisa. Ela deve ter vindo pega de volta. Sempre assim.
- O que achou?
Eu respondo o de sempre.
- Poderia ser melhor.
- Não leu todo.
- Se fosse bom eu teria lido.
E pensar que trepávamos bem para cacete nesse sofá.
- Bem. Então eu vou indo.
- Mande um abraço para o pirralho.
Hoje nem para uma punheta ele seve. E na televisão só tem merda.
Mas amanhã ela volta.
De noite.
Com outro livro.
Como sempre.
(Samuel Gois Martins) 15/02/2005
Um pouco de dor de cabeça.
Como sempre.
- Tudo bem?
- Na medida do possível. Como esta o garoto?
- Melhorou em muita coisa não.
Eu deveria estar terminado de ler alguma coisa. Ela deve ter vindo pega de volta. Sempre assim.
- O que achou?
Eu respondo o de sempre.
- Poderia ser melhor.
- Não leu todo.
- Se fosse bom eu teria lido.
E pensar que trepávamos bem para cacete nesse sofá.
- Bem. Então eu vou indo.
- Mande um abraço para o pirralho.
Hoje nem para uma punheta ele seve. E na televisão só tem merda.
Mas amanhã ela volta.
De noite.
Com outro livro.
Como sempre.
(Samuel Gois Martins) 15/02/2005
Monday, February 14, 2005
Galinhas voadoras.
- Tenho uma piada nova muito boa. Quer ouvir?
Tirei a caneta da boca. Não era minha. Toda mordida e o leve sabor de tinta de caneta na boca. Foi nesse momento que escutei, e, olhei para o sorriso amarelo.
- Manda ai.
Odeio aquele sorriso amarelo.
- Por que a galinha atravessou a rua?
Realmente, uma piada nova. Deve esta esperando que eu diga “Não sei” ou “Por que?”. Não mesmo. Não para o sorriso amarelo.
Coincidentemente estávamos na rua. E a caneta já deveria ter caído no chão. Coincidentemente uma galinha estava lá. Dava quase para escutar meu cruel pensamento: “Eu te pego, sorriso amarelo... Eu te pego!”. Quase.
- Pergunte para ela.
O sorriso amarelo se transformou em olhar confuso. E logo em seguida... Olhar assustado.
- Meu deus!
Ela voou para longe.
Claro que também fiquei chocado. Mas acho que não sujou muito o carro.
Samuel Gois Martins 14/02/2005
Tirei a caneta da boca. Não era minha. Toda mordida e o leve sabor de tinta de caneta na boca. Foi nesse momento que escutei, e, olhei para o sorriso amarelo.
- Manda ai.
Odeio aquele sorriso amarelo.
- Por que a galinha atravessou a rua?
Realmente, uma piada nova. Deve esta esperando que eu diga “Não sei” ou “Por que?”. Não mesmo. Não para o sorriso amarelo.
Coincidentemente estávamos na rua. E a caneta já deveria ter caído no chão. Coincidentemente uma galinha estava lá. Dava quase para escutar meu cruel pensamento: “Eu te pego, sorriso amarelo... Eu te pego!”. Quase.
- Pergunte para ela.
O sorriso amarelo se transformou em olhar confuso. E logo em seguida... Olhar assustado.
- Meu deus!
Ela voou para longe.
Claro que também fiquei chocado. Mas acho que não sujou muito o carro.
Samuel Gois Martins 14/02/2005
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