Arrastei o corpo para dentro da floresta. Lá não era seguro. Mas nenhum lugar era. Pelo menos na floresta.
- Gostaria muito de morrer olhando para arvores.
- Mamãe! Não fale dessas coisas!
- Qual o problema, meu amor? Não é errado falar dos últimos desejos da morte.
- Você tem 35 anos! É bonita e vigorosa!
- Não é errado falar da morte.
À noite aproxima.
O frio cresce.
- Não se esqueça de duas cobertas!
- Mas não ta tão frio!
- Nem tão escuro. Mas logo vai estar.
- Agüente firme mamãe! Você não pode morrer!
- Obrigado pelas arvores...
- Não fale besteiras!
Era só uma amiga hora bolas.
- Não me venha com essa. Eu vi como você olha para o nada com cara de peixe morto quando fala o nome dela!
Sempre odiei quando você tem razão.
Você sabe disso, às vezes ate se fazia de errada para não me desapontar.
Entraram na floresta.
O barulho.
Luzes.
Escuto-os correndo. Ela fechou seus olhos e deixa um belo sorriso para a eternidade. Será que vamos nos ver logo? Acho que você não ia querer. Certo?
- Corra para não perder a hora na escola!
- Ok!
Eu vou correr.
Bem rápido.
Prometo.
(Samuel Gois Martins) 18/02/2004
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Friday, February 18, 2005
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