“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Thursday, January 05, 2006

Guerra

Os patos decolaram para longe. O comandante aparentava ter herpes. O rio ondulou durante a decolagem. Por sorte não se enroscaram nas pipas. É um dia de verão qualquer em algum lugar. Onde está Juliana? Joguei uma pedrinha no rio.
Ondas. Os patos decolaram com o susto. Decolaram para longe. O comandante tinha uma plumagem esquisita, lembrando meu pai com herpes. As pipas estavam aos montes, por sorte não se enroscaram entre si. E nem enroscaram nos patos.
- Desculpe o atraso!
Juliana.
- Onde você estava?
- Estava terminando a cesta do piquenique.
- Tudo bem...
- Está preocupado com o seu pai?
- Guerra.
- E ele é o comandante...
Lembro do pato. Lembro do herpes.
- Você tem problemas com herpes, Juliana?
- Deus! Não! Eu sou virgem...
Olho bem nos olhos dela. Ela é virgem. Os olhos de uma virgem. O rio ondula. Os patos já estão bem longe. Jogo outra pedra. Mais ondas. Herpes.
- Esta duvidando de mim?!
- Não é isso. Hoje é um dia estranho.
- Como assim?
Jogo outra pedra.
Ondas.
- Sonhei com o meu pai.
- Você precisa se libertar do fantasma de seu pai...
- Mas ele pode não está morto.
- Estamos em guerra! Ele foi para morrer. Se ele voltar, ele vai estar de varias formas, menos vivo...
- Ele ainda vai ter herpes?
- Talvez coisa pior. Sabe-se lá o que solados solitários fazem nesses lugares...
As pipas se enroscam. Jogo outra pedra. Ondas.
- O comandante deve está indo para o sul...

(Samuel Gois Martins) 05/01/06

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