“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Thursday, February 28, 2008

onde e como

Parecia existir um sino na cabeça, enorme, tocando pra doer, dentro de sua cabeça. Rodolfo passava as mãos pelo couro cabeludo como que cavando o câncer, ou seja lá o que for que provocava tanta dor. No banheiro, olhando para o espelho, seus olhos vermelhos por completo revelavam uma hemorragia, ou derrame, quem sabe. Os ouvidos estavam a ponto de estourar – E jatos de cera de ouvido com sangue jorravam como pus de suas orelhas. Rodolfo começou a bater a cabeça no espelho do banheiro, como uma forma para dar fim ao sofrimento. Perto dali, na rua, outras pessoas encontravam-se em quadros semelhante. Sangrando pelos ouvidos, agonizando de dor tentando estourar suas cabeças na primeira superfície sólida que encontrassem. Este surto tomou conta de toda a cidade, que ficou sitiada. Não havia sinais de sobreviventes. Militares e cientistas estavam confusos tentando entender que tipo de doença era aquela. No outro dia o corpo de Rodolfo, estirado no chão do banheiro, com o crânio estourando entre cacos de vidro começou a demonstrar espasmos. Muito desengonçado o corpo se sustentando entre parede e privada começa a andar, se arrastando e emitindo grunhidos. Rodolfo se reúne a outros, que mancam para fora da cidade.

Friday, February 22, 2008

usb

Mariula estava desesperada por sexo. Deus do céu. E nenhum vibrador. Saiu procurando por falos. Nenhum a satisfazia. Cabos de vassoura eram muito ásperos, copos podiam quebrar dentro dela, as frutas fálicas da geladeira lhe provocavam alergia, dentre outros problemas. Sentou no computador. Ver pornografia não rolava, tinha acabado de fazer as unhas e uma boa siririca também estava fora de cogitação. Escutar musica poderia ser uma boa para se distrair. Ao pegar no cabo usb levou um choque. Não um choque forte. Mas forte o suficiente para provocar a tórrida imaginação de Mariula. Pegou o fio usb que saia do computador, o mais longo possível, e enfiou nela mesma. O choque dentro de sua vagina a fazia gemer cada vez mais alto, desesperada de tanto prazer. Seus pentelhos ficaram em pé; e brancos.

Brian, o gênio

Brian é o maior cientista de nossa geração. E pode achar soluções tão rápido como as procede em poucos segundos. Essas coisas desencadeiam o perigo. Brian estava dando uma palestra, e era a hora das perguntas. Um homem careca com uma maleta dirige-se até o microfone. Grita como um louco e saca uma serra elétrica de sua maleta. Todos correm desesperados, gritos, choros, pedidos de socorro. “Você é meu!”, clamava loucamente o careca. Brian controla suas bexiga, e corre para os fundos do palco. Intermináveis corredores escuros. O fôlego vai acabando e o som da cerra elétrica aumentando. Brian se agacha em um canto escuro para esconder-se. O som aumentava cada vez mais, e bem do lado dele, perfurando a parede a cerra elétrica corta certeiro a mão direita de Brian. Um grito corrido de lágrimas quentes ecoa. Brian voltar a correr, e agora sangrar. Muito. Ao lado da palestra sobre tecnologia estava tendo um encontro nacional de pornografia e afins do ano. Correndo entre os estandes com vídeos pornográficos, revistas e... Maquinas de masturbação. São como mãos robóticas posicionadas para masturbar um homem. A mente brilhante de Brian, entre a dor, sangue e desespero começou a funcionar. O louco careca com uma cerra elétrica já matou quatro capas da playboy. Paro de escrever, minha colega começa a chorar, a mãe dela esta num quadro grave de câncer, todos a amparam. Nesse meio tempo Brian transformou a maquina de masturbar em uma mão biônica. Uma poderosa mão biônica do prazer. Um velho de pijama e charuto sai correndo, rápido demais para a idade dele até. Brian corre até o careca, segurando com a mão masturbadora a cerra elétrica de seu pretenso assassino. A mão é forte, e entorta a cerra deixando-a inutilizada. O careca pula encima Brian, mas não antes da mente Genial do milênio segurar o pênis do miserável. Que com uma força dolorosa masturba-o até sua morte. O homem cai morto – e duro – no chão. O silencio toma conta de todos, que ficam parados, olhando para Briam.
“Eu não sou gay”, ele diz.

Wednesday, February 20, 2008

quarta-feira

O dia não começou bem, nublado, chuvoso. Geralmente adoro dias assim – hoje não. Hoje isso é mau sinal. O escritório tinha o cheiro característico de um... Escritório. A recepcionista mandou que eu subisse com o jornal do setor. Um jornal mercantil. Só números e velhos falando de como a economia sempre está ruim. Jogo na primeira mesa pela qual passo em caminho até a minha mesa. Ligo o computador, começa aquela musiquinha que toca quando inicia o sistema operacional.

Tuesday, February 19, 2008

cabum

Aquelas embalagens de papel, que se põe pães em padarias. Ele amassou forte e deixou sobre sua mesa. Levantando e esquivando-se das cadeiras vizinhas saiu da sala. Começou a apressar os passos, até começar a correr. A sua secretaria terminava de atualizar alguns dados de faturamento e se assustou com a saída brusca de seu chefe. Um tique-taque agonizante toma conta da sala. O saco amassado de papel, aos poucos vai inflando. O nome da secretaria era Josefina, e amava o seu filho. Antes de morrer deu uma rápida olhada na fotografia do menino em sua mesa. Há poucos metros da empresa, um vendedor de cachorros-quentes termina de esquentar as salsichas.

Então tudo explode. Ele saiu bem na hora, entrou em um carro vermelho escuro e acelerou. O vendedor de cachorros-quentes falou “mama mia”, deixando uma salsicha que estava presa num garfo cair no chão. A salsicha rola para perto do prédio da empresa e começa a pegar fogo junto. Josefina está morta; seu filho a espera na porta da escola.

Thursday, February 07, 2008

mongo

O menino preparava toda uma civilização de areia. O rei desta civilização seria um siri. Seu nome seria Mongo. Pois se este menino vivesse em seu próprio mundo, haveria de ser chamado de Mongo, o terrível. Mal tinha cinco anos, a criança era um tirano. Um genial tirano, inclusive. Construiu uma forte parede de areia, que assim impede as ondas fortes de destruírem seu reino de areia. A verdade é que de tempos em temos uma criança, aos cinco anos, tem um surto tirânico, exatamente numa quinta feira de sol, quando os pais, vai Deus saber, decidem ir a praia. Esta criança, que pode ter sido eu ou você, começa a construir um império maligno de areia. Geralmente o surto psicótico megalomaníaco infantil deixa de existir no momento em que uma onda faz o seu trabalho. Caso não, o menino trará desgraças para o mundo. Provavelmente Mongo conseguirá.