“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Wednesday, November 12, 2008

plout.plout.

Vai gotejando, fazendo ruído, plout, plout. Não importa quanta força use para fechar a torneira. Alguns segundinhos e plout, plout. Plout. Parece que goteja dentro do seu ouvido, saindo de sua cabeça para fora – o cérebro escorrendo, gotejando, plout, plout, e se vão os neurônios pela noite mal dormida. E se vão às lembranças. E se vão às idéias. Plout, plout. Os dedos dos pés começam a se mexer inquietos, dançando, pensando que plout é musica – e poesia. A torneira é um artista. Plout, plout. A cabeça afunda o travesseiro, e parece que não tem como respirar, enxergar, escutar. Mas o plout vem do fundo de sua cabeça, é o cérebro escorrendo, já falei. A paciência escorre junto. Vai se levantando, anda meio tonto até a torneira, nada de plout, plout. Não cai uma gotinha. O sono é grande para se conseguir pensar, ou escorreram os pensamentos no caminho até a torneira. Senta na privada, passa a mão sobre a cabeça - que parece mais leve. Coça a orelha encharcada, escorrendo algum tipo de pus. Fica lá parado. Deixa escorrer. Deixa fazer plout, plout. Transforma-se na torneira. Espera alguém irritado fechar com força. Até lá faz musica, e poesia também. Faz-se de artista e espera que fechem com força. Dando fim a tudo, a musica e a poesia. Plout.

1 comment:

Thaïs Kisuki said...

Belo! ;)