“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Monday, October 05, 2009

80

Saiu correndo. Usava uma blusa vermelha, calça apertada e se sentia na década de 80. Seus fios de cabelo esvoaçavam enquanto lasers passavam de raspão desenhando linhas quentes nas paredes de metal. Um homem horrível, careca de longos bigodes está sentado sobre seu trono, assistindo a cena. Ele gesticula com os dedos, analisando com muita calma tudo, com suas marcantes sobrancelhas ele pressiona os olhos o Maximo que pode. Uma porta se abre e o jovem de cabelos grandes, loiros e roupas dos anos 80 se depara com o homem sobre sue trono. Ele saca uma arma laser de seu bolso e aponta para ele, mas antes que pudesse apertar no gatilho um zumbido nauseante explode em sua cabeça. O homem se levanta de seu trono, sorrindo maldosamente para o jovem. A claridade revela uma pele um tanto esverdeada. Seu manto se arrasta pelo chão, e de dentro dele é retirada uma espada. O zumbido continua cada vez pior, e o jovem cai de joelhos forçando o quanto pode para abrir os olhos. A tela azulada indica seis horas, e já tem sol pela janela. Ele sai debaixo das cobertas, e enquanto tira seu pijama passa a mão sobre o rosto. Desliga o alarme do relógio e vai até o banheiro onde defeca e se arruma para o trabalho. Tira da geladeira uma caixa de suco que vai tomando enquanto pedala até a loja que trabalho. A loja é de quadrinhos, e já tem alguns gorduchos fazendo fila. Hoje chega a revista nova do capitão 80, dizem que ele vai morrer. Gira a tranca, acende a luz, vai pra detrás do balcão. Os gorduchos ficam olhando para ele, parece até que estão babando. O relógio marca quase oito horas e a qualquer momento chega o distribuidor de revistas. O calendário marca 1998, dia 25 de setembro. Geralmente no final é quanto esta perto do final do ano que as editoras lançam suas crises, matam seus heróis para depois ressuscitá-los próximo do feriado de meio de ano. Ela chega logo depois, esguia com olhos verdes e óculos fundo de garrafa. Veste uma camiseta do Pink Floyd do dark side of de moon. Passa a mão no pó sobre as revistas com ar de reprovação. Os gorduchos parecem babar mais quando ela chega, com seus tênis pintados com marca texto e cadarços amarrados de forma engraçada. Entra atrás do balcão, diz bom dia para os gorduchos sorrindo de um jeito que só a mãe deles deve sorrir quando os vê. É a musa dos nerds. Ele rabisca um desenho de um cara com cabelos grandes, camiseta vermelha e calças colantes. Ela olha por trás e
diz que parece coisa da década de 80 e que as revistas estão precisando de um espanador. Ele diz que precisa de vida sexual e se tornar um famoso roqueiro da década de 80. Ela diz que a maioria era gay e que o espanador está entre os quadrinhos japoneses. Saio do balcão e vou fuçar entre os quadrinhos japoneses a porcaria do espanador. O celular começa a toca, e parece explodir de dentro da cabeça o zumbido. Ela esta amarrada em correntes com uma serra prestes a parti-la no meio. Ele se arrasta no chão sentindo a dor percorrer todo o seu corpo. Tateia cego no chão procurando por sua arma. O homem careca gargalha alto, falando que nunca poderei detê-lo de dominar o universo. Nesse mesmo momento ele acha o laser e dispara certeiro no ombro do vilão. Corre até a garota e desliga a maquina que controlava a serra. Dá tiros certeiros nas correntes e a pega entre os braços. O vilão se arrasta soltando pragas e maldiçoes. Quando consegue se levantar grita por seus guardas que aparecem como que em mágica disparando lasers por todos os lados. Com ela entre seus braços corre em direção do próximo corredor. Estão quase lá, uma nave espacial que permitira que fugissem do lado escuro da lua. Ela me manda parar de olhar para os peitos dela. Pergunto onde ela comprou aquela camiseta. Ela diz que eu nunca gostei de Pink Floyd. Eu digo que eles ficam bem nos peitos dela. Ela solta pragas e maldições. Os gorduchos soltam risadinhas. Por hoje eu já a salvei.

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