O gosto de amargura chega a ser doce quando combinado com o da satisfação momentânea.
A senhorita pôs sua meia-calça. É incrível como gosta de usar uma coisa tão descartável. Principalmente em festas como essa.
- Não é evidente que em seguida vão se rasgar?
- Ai que esta a graça, meu amor.
Escapou a ultima baforada do cigarro.
As quatro da manhã ainda podia escutar gemidos, risadas, gritos e choradeiras. O corredor tinha um cheiro incomum de humanidade decaída e cada porta parecia um novo mundo macabro. Talvez seja por isso que gosto de vir aqui. Para me acostumar ao inferno.
Lá fora o meu motorista me espera atento com seus olhos de coruja.
- Como foi à noite, senhor?
- Como todas as outras, meu amigo.
- Pelo perfume sinto que ainda visita aquela senhorita.
- Não lhe pago para ser um detetive!
- Perdoe-me, senhor. Só estranho. É a primeira vez que vejo o senhor passar mais de três noites com a mesma mulher.
Ele levanta o freio de mão e faz aquela maquina maravilhosa começar a andar.
- É por causa da meia-calça. Acho.
O motorista deu uma risada silenciosa e formos para casa antes do sol nascer.
(Samuel Gois Martins) 10/3/2005
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Thursday, March 10, 2005
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