Chove. É o tempo. E o tempo não passa.
Termino um parágrafo do livro. Mais um cheio de palavras. E as palavras vão se perdendo. Elas fogem para algum lugar melhor. Mesmo assim o teto é branco.
Esta usando mascara e chega sorrateira. Cheia de perguntas.
- Mais palavras?
- Ou menos. Estou perto do fim.
- E sobre o que são?
- Ainda não sei ao certo.
- Mesmo perto do fim?
- Mesmo terminando o livro. Eu não vou saber sobre o que é.
- Por quê?
- O livro é sobre liberdade. Sobre amor.
Ele mira bem nos olhos, escondidos por detrás da mascara.
- Você não sabe nada sobre os dois...
- Quem sabe? Você sabe? Não sabe. Você esta tão presa numa mascara. E é tão seguro nela. Não é mesmo? Está tão segura distante daqueles que amariam o seu rosto. Amariam o seu corpo.
- E dos olhos todos tem medo
Sobe na cama. Parece um gato. Abraça-o.
Sussurra:
- A chuva não para.
- É o tempo – ele responde.
- E o tempo não passa...
Não poderei entender o livro.
O livro parece não ter fim.
(Samuel Gois Martins) 02/06/2005
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Thursday, June 02, 2005
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