- Foi quando deixei cair uma poesia do caderno.
Sou todos os olhos da humanidade,
Todos os ouvidos,
Todos os sabores.
E não posso acreditar no que estou vendo.
Não posso acreditar no que estou ouvindo.
Sou toda a esperança.
E o pecado de sonhar.
Não posso ser verdade.
Segurando o papel, ela olhou para mim com ternura. Ou pena mesmo.
“Bonito...”, ela falou.
“Rabiscos.”, respondi.
“Bonitos rabiscos.”, ela brincou.
Peguei o papel e guardei de volta em meu caderno.
“Também gosto dos sonhos.”, ela acrescentou.
“Não se arrisque tanto...”, terminei. Depois fui embora sem olhar pra trás.
- Você conta essa historia todo dia, velhote!
- E vou continuar contando...
- Não reduza sua vida a uma frustração idiota. Sei muito bem que nunca foi solitário, que foi um grande boêmio. Todas as mulheres da cidade eram suas!
- Não é uma historia sobre mulheres. É sobre sonhar.
- Mas você mesmo a desencorajou de continuar sonhando.
- É porque nunca lhe contei o que acontecia depois.
- O que?
- Eu acordava nesse asilo de merda.
(Samuel Gois Martins) 06/08/2005
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Saturday, August 06, 2005
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