“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Sunday, May 21, 2006

Uma carta de amor

Desenhar pensamentos, sons e sentimentos de longe é uma coisa simples. E o escritor – esse canalha – de tanto falar-se sonhos medos esperanças, acabou desaprendendo a ser sincero com as letras. Então bem sabemos que não é uma tarefa fácil, simplesmente quebrar regras em falar ‘eu te amo’ quando o correto é amo-lhe. Talvez ninguém diga amo-lhe porque seguir o jeito certo é seguir a lógica. E o amor não é lógico. A partir daí achamos um paradoxo: como escrever, mediante tantas regras e ordens nas letras, sobre o amor? Os poetas bem agraciados acharam uma alternativa que se baseava em simplesmente quebrar as regras – chutar o pau da barraca – jogar tudo pro ar. Mas o amor também não é revolução. O amor – pasmem meus amigos – é uma regra. A primeira regra de todas. A primeira etapa das primeiras coisas. Do amor surge tudo. Da vida até a morte. Do material ao espiritual. Do cientifico ao religioso. E agora, quando comecei esse texto com a palavra ‘desenhar’ nunca imaginei que ficaria tão confuso com minhas próprias palavras. Como falar sobre o amor? Talvez levar em conta uma idéia maravilhosa. Devemos pensar melhor na primeira palavra. E depois? Depois viria A palavra. Sim, a que foi feita para a primeira. Se o amor é regra, e dele vem o inicio. É assim que tem de ser. E como o amor não é lógico, deveria eu usar da metáfora – apreciável figura de linguagem – para tentar: Ele – amor – existe. Sabe... Existe sim. Em primeiro lugar quero que saiba que existe. Não importam as provas do contrario. Continuo a crer que existe. Em todos os lugares, mas, em especial, no seu perfume. Não fui eu que cultivei o jardim. Ele já estava aqui quando cheguei. Mas pelo menos para mim a graça deste enorme adorno é o seu perfume. Sua cor. Sua beleza. Ali em um cantinho. Escolhi me sentar para proteger. Aguar com um regador sempre que ver que estas com sede. Às vezes bate uma fome ou um sono. Mas não vou fechar meus olhos. Quero que cresça e fique cada vez mais... Mais e mais. Estou feliz em estar aqui sentado. Escrevendo isso. O sol forte acompanha um céu azul limpo e belo. Mesmo assim acho que vai chover e vou com minhas mãos proteger das gotas fortes. Não quero mais sair daqui. Do seu lado. Você entende? Espero não está incomodando com a minha sombra. Algo mais ou menos assim que eu falaria sobre o amor. Sim, e existe a coisa da poética revolucionaria modernista – claro, nunca esqueçam esse detalhe – revelar que esse texto é só para você, sem dizer isso claramente, entende? Talvez relacionar com as forças da natureza, como quando conversei com o oceano a seu respeito, para tomar coragem, levar uma flor branca e dizer que te amo no primeiro dia que te beijei. Agora vou roubar o que um outro colega escritor falou a respeito de sua amada, eu o invejei tanto quando ele teve essa idéia. Imagine que voltei para o oceano para falar sobre você, e agradecer pela motivação. E trocamos historias. O mar falou de sua grandiosidade, sua imensidão, toda a vida que o habita.
Eu falei sobre você. E o oceano ficou com inveja.
E depois de escrever tanta ladainha pseudo-literária, resta apenas usar o clichê da quebra de regra gramatical dizendo eu te amo e não terminando isso com um ponto final, pois quero que seja infinito

(Samuel de Gois Martins) 21/05/06

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