“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””

Wednesday, December 06, 2006

exsudato e polimorfonucleares

Renato espremeu o máximo que podia, entre os dedos escorregava devido ao suor e pus. Era tão perto da virilha que uma pessoa de longe iria achar quer ele estava tentando arrancar o próprio pênis. Sua careta não mentia: doía. Doía pra caralho.
Sangue misturado com pus pregavam os pentelhos entre si, manchavam a calça com um raro vermelho amarelado esverdeado.
Parecia que nunca ia acabar.
E não acabou. Renato desistiu, foi ao banheiro, lavou bem o cacete na torneira. A pia ficou cheia de sangue e pentelhos. Mamãe sempre falava que se deve limpar a pia depois de usá-la. Renato sempre foi teimoso, e deixou a nojeira do jeito que tava.
No dicionário pus é exatamente uma mistura de exsudato inflamatório, leucócitos polimorfonucleares vivos e mortos, e bactérias vivas e mortas. Renato fechou o dicionário enojado da própria raça. Com medo de voltar ao dicionário e descobrir que porra é exsudato e polimorfonucleares. A virilha doía com o furúnculo semi-espremido, impedido qualquer ato de cunho sexual confortável.
- Alô?
- Deixa pra próxima semana, Márcia.
- Ainda é aquele furúnculo?
- Cada vez fica maior, dói e sai pus. Já to achando que é esperma acumulado por falta de sexo mesmo.
- Não duvido. Já faz quase um mês, vai num medico. Vai que é algo grave. Você pode perder seu pau, sabia?
O medico ficou olhando por pelo menos uns dez minutos. Depois começou a apalpar.
- Dói aqui?
- Você não faz idéia...
- E aqui?
Renato só conseguia responder com uma careta, pretendo os dentes, fechando os olhos, criando inúmeras rugas na testa. O medico parou de apalpar, e começou a escrever uma receita em sua prancheta.
- É algum tipo de infecção. Mas tratável. Não se preocupe.
Um peso enorme caiu da consciência de Renato.
- Compre esse antiinflamatório, evite por a mão, limpe bem com sabonete neutro e em uma semana tudo voltará ao normal.
O alivio era tamanho que no caminho de volta caíram lágrimas. Nunca chorou por ninguém. O pau seria uma aceitável exceção. Poderia ver o significado de exsudato e polimorfonucleares sem medo.

9 comments:

F/X said...

inusitado o conto, gostei. valew o comentário lá, mas aquilo nao eh bem um poema, eh soh uma brincadeira com palavras e tah convidado a ler as outras coisas lá, q são "menos piores" que a tal brincadeira com palavras. valew

Fábio Ricardo said...

vale qualquer coisa.
menos perder o pau.
se bem que poderia ser bom. se não pensassemos em sexo, teríamos mais tempo para pensar em outras coisas. seríamos todos gênios assexuados.

Anonymous said...

contos sobre furunculos...^^ interessante uauhauha

Anonymous said...

era eu ai em cima

Anonymous said...

ow mano, passa nu flog e me passa seu msn, kiria troca uma ideia cum vc sobre as tirinhas
akele abraço

Sofia said...

Primeira vez que vejo um blog com o mesmo layout que o meu. euhauehheuhauhuaeeuhauehhehue

Seu texto me fez pensar o quanto é difícil pros médicos entederem que espinhas e furúnculos vem com uma etiqueta escrita "Me esprema!". Ou talvez eu seja a única pessoa que não consegue deixar de por a mão em coisas assim. :/

F/X said...

aí tem coisa nova no meu blog, lê lá, falow

Thaïs Kisuki said...

Adorei, principalmente do rim, hehehe. Mas só uma coisa, acho que você podia usar algum artifício pra criar uma elipse de tempo entre o telefonema e a visita ao médico. Acho que só separar os parágrafos já era uma.
É apenas uma sugestão ;)

Anonymous said...

kkkkk
ai, adorei, samuel.
só você pra preencher meu sábado a noite.
=*