- Como é que era?
Olhando a janela. Admirando as nuvens.
Acho que concordamos a respeito da brisa.
- O que mais me trará saudades é um ruído.
- Ruído?
- Quando se deitava... Os lençóis sobre a pele... O ruído... Quer alguma coisa para beber?
- Obrigado. Água.
Levantou-se e saio de meu preguiçoso campo de visão. Agora eu via a janela. Belas nuvens. Segunda-feira.
Conto com os dedos.
Conto com os dedos por quanto tempo foi divertido.
- Nove anos – oferecendo-me a taca com água e gelo.
Ou só água? Gelo é água. Gelo e água. Tanto faz.
- Foram nove anos apreciando um ruído?
- Obrigado.
- Obrigado, pela água, claro.
- Você já agradeceu.
- E o ruído acabou. Que pena...
Dei um gole calmo, apreciando o sabor que não existe.
Certo?
- Segunda-feira, em?
- É.
- Vou sentir saudades.
Cafajeste.
Bem que podia sair da frente da janela.
- Não mais do que o seu maldito ruído.
(Samuel Gois Martins) 19/10/04
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Tuesday, October 19, 2004
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