Foi que se deu num daqueles dias que nada de extraordinário arriscaria acontecer. É engraçado como normalmente as coisas extraordinárias acontecem somente nesses dias. Um frio na espinha, um espirro mal dado, um verbo não executado.
Foi rápido e escandaloso, o cuspe, o escorregão, o barulho.
E lá estava o teto na minha frente.
Queria lembrar o que estava fazendo.
- Verdade. O que você estava fazendo?
Agachada ao meu lado. Familiar? Seria uma criança? Parece uma criança, veste branco, e seus olhos são literalmente negros.
Agora lembrar o que eu estafa fazendo. Ou o que eu ia fazer. Quem andou cuspindo pela casa?
Tinha haver com Itália.
- Lasanha.
- Como?
- Eu ia requentar a lasanha que sobrou do almoço.
- Há!
- É.
- Hum...
- Diga.
- Não ta curioso?
- Como assim?
- Não ta nem um pouco curioso para sabem que eu sou?
- A dor na bunda vale mais.
Interessante notar. Não sentia mais dor na bunda. Na verdade era para eu ta sentindo um monte de dores em varias regiões do corpo. Tem até uma poça de sangue do lado e...
- Bem... Quem é você?
- Adivinha.
- Hum...
- Então?
- Deixa pelo menos eu requentar minha lasanha?
- Hã?
- Uma lasanha requentada. Pelo menos isso...
(Samuel Gois Martins) 21/10/04
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Thursday, October 21, 2004
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