Guardou seu orgulho dentro de uma caixa.
- Foi tudo que sobrou.
- Imagino.
Ela com desdém, é claro, puxou com fraqueza a caixa.
- Então é tudo que você tem para mim?
- É tudo que tenho para qualquer pessoa.
- Qualquer pessoa?
- Qualquer pessoa.
Alisando a caixa com as mãos.
Um leve assobio flutua com a brisa inesperada.
Alisando a caixa com as mãos. Talvez menos que a própria caixa. Seu conteúdo não vale nada.
Seus olhos não eram mais os mesmos. Cruzou com os dele. A pupila escalava morros de fogo e fúria, tudo bem contido dentro da cristalina.
- Não sou qualquer pessoa.
Bem contido, talvez. Mas nada discreto.
Abriu a tampa da caixa. Admirada, seria a melhor definição.
- Eu sei disso. Mas é tudo que tenho, e sei que é o suficiente.
Ergueu o punhal.
Sangue.
Uma pequena cachoeira, uma bela cachoeira. Seu vestido era branco.
- É verdade. O suficiente.
Levantou-se em leveza, com a caixa entre as mãos.
- Eu realizo seu ultimo pedido então. Eu carregarei o teu orgulho. Eu carregarei o teu sangue. E o seu outro desejo...
Sem mais existir atrás.
- O outro desejo... Deixo para os abutres.
(Samuel Gois Martins) 20/10/04
“o governo e diversas multinacionais pagam os alienígenas cabeçudos para bombardearem em nossas mentes propagandas e publicidades subliminares””
Wednesday, October 20, 2004
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